À conversa com o Grupo Greve Cirúrgica

Estamos de volta ao circo com uns convidados especiais e únicos que em 2018 e 2019 protagonizaram a maior e mais impactante luta ao mobilizaram a classe dos enfermeiros para uma guerra sem precedentes na história da classe.
Na altura, cinco enfermeiros, que nem sequer eram amigos ou tão pouco moravam perto uns dos outros, separados por centenas de quilómetros, uniram-se para lançar uma fórmula alternativa às greves tradicionais. Dois no Porto, uma em Vila Real, outro em Palmela e mais um em Beja. Cada qual na sua vida, correndo de um lado para o outro, mas sem que as distâncias ou horários trocados os impedissem de pôr em marcha uma greve às cirurgias.
O que os movia era um sentimento que tinha vindo a crescer ao longo de vários anos e que era transversal a todos. As dificuldades das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde e a falta de valorização da profissão não os deixavam mais estar quietos. Assim reivindicavam uma carreira, aumentos salariais, progressões e a consagração da categoria de enfermeiro especialista.
A ideia foi parar o Serviço Nacional de Saúde, chamar a atenção para os problemas da classe que há anos estava paralisada, forçando as negociações entre sindicatos e Governo, cancelando e adiando cirurgias programadas nos maiores blocos cirúrgicos dos hospitais públicos, um pouco por todo o país.
Foi desde o primeiro dia considerada uma greve inédita: porque o pré-aviso determinava que a paralisação duraria mais de um mês e porque contou com o apoio de uma recolha de fundos através de uma plataforma de crowdfunding.
Falámos com o Nélson Cordeiro e a Catarina Barbosa, elementos do Grupo Greve Cirúrgica, que nos contam um pouco da sua história, da forma como impactou as suas vidas e o que desejam para o futuro.
Esta conversa vem num momento oportuno, uma vez que se avizinha mais uma greve dos profissionais de enfermagem, desta vez, uma luta conjunta de com todos os sindicatos da classe.
Não percam! Juntem-se a nós!